Clonagem e Doagco

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Tem sido cogitada a possibilidade de se fazer clonagem de seres humanos com a finalidade de usar os seus srgcos para o transplante. Criaria-se um ser acifalo, ss com tronco e membros, para preservar srgcos perfeitamente formados em uma espicie de "banco de srgcos". Vocjs acham que os fins justificariam os meios? O fato de criar um ser sem cirebro o colocaria na classe de ser vivo?

-- Cristiana Mattos Assumpgco (cmattos@colband.com.br), April 22, 1998

Answers

Ihh....psora.....Am o bicho pega!!!!!! I uma questco muitmssimo delicada, mas penso q, no final das contas, iremos retornar `s questues de itica. Acho q deveriam ser criadas leis e regras para todo o procedimento q engloba, desde a "criagco" do ser acifalo, ati os transplantes. Por se tratar de questues delicadas, acho tb q esse processo ss poderia pensar em ser aprovado depois de incontaveis testes. Resumindo: sinceramente, nco tenho uma opinico definida sobre essa questco. Quem sabe mais respostas nco poderiam ajudar....

-- Josi B. Neto (jbn@br2001.com.br), April 22, 1998.

Sera que esta nova lei da obrigatoriedade na doagco de srgcos nco proporcionara um trafico de srgco,no qual apenas pessoas com maior poder aquisitivo terco a preferjncia na escolha do doador?

-- EDUARDO MAZZUCATO (eduardol@colband.com.br), April 23, 1998.

Acho q falar sobre clonagem humana i ainda, para nss, um tanto difmcil porque pouco conhecemos dela e por isso temos um pouco do q pode vir a ser feito. O ser humano nco i apenas material, ele tem sentimentos, alma e penso eu q seria um tanto injusto criar uma pessoa acifala para aproveitar seus srgcos. Ou melhor, nco o consideraria uma pessoa muito menos um ser vivo, ja q nem viver ele podera; e sim, algo como o "banco de reservas do time do corpo humano",onde os srgcos "contundidos" ou q nco estco "jogando" bem podem ser substitumdos. Agora, se os fins jusificariam os meios, depende de como tudo for feito: se forem tomadas todas as providjncias corretas e todos os procedimentos e manipulagues forem regulamentadas, acho q sim; caso contrario,nco. Ou sej, quanto a isso nco tenho uma opinico completamente formada porque acho q nco podemos dizer com certeza se a clonagem humana ira ser possmvel e quando. E vcs, pessoal da Biotecnologia, o q pensam sobre isso? O q sera q vai acontecer?

-- Fabio Yoshiaki Tanno (ftanno@colband.com.br), April 23, 1998.

A questco proposta nesse Forum Privativo, relativa a dois assuntos constantes no nosso dia a dia, inaugura uma sirie de reflexues sobre assuntos poljmicos que serco marca registrada do nosso projeto. Falar sobre Clonagem i, para qualquer pessoa comum e leiga, uma tarefa difmcil ja que esse i um assunto muito novo para nss. Porim, quando i mencionada a hipstese de clonagem de seres humanos com a finalidade de usar seus srgcos p/ transplante, uma palavra vem ` nossa mente: horror. O fato desses "seres vivos" (se i que assim podemos chama-los! ), serem acifalos nos horrorizam ainda mais, pois nco ha meio de classifica-los como seres vivos, ja que sco, de alguma forma, diferentes do modelo conhecido de seres vivos. Porim, deve-se pensar que isso pode salvar vidas, ja que representa um avango consideravel. Como consequjncia de tudo isso, i quase impossmvel ter uma opinco formada sobre tal assunto, ja que ele contraria o modelo de vida como o conhecemos.

-- Marcos Chucralla Moherdaui Blasi (mblasi@colband.com.br), April 23, 1998.

Fazer seres acifalos seria uma monstruozidade, apesar de fazer um belo banco de srgcos. Acho que ss deveriamos montar o tal banco quando a nsosa tecnologia chegasse ao ponto de podermos clonar apenas o srgco necessario para o transplante

-- Ricardo H. Ruiz (racruiz@uol.com.br), April 25, 1998.


Se a idiia da criagco de clones humanos "normais", ja i uma idiia bem apavorante, a de clonadem de seres acifalos i pior ainda. Creio que a solugco para a falta de orgcos deve ser resolvida de outra forma como: campanhas de coentizagco, melhoria do Sistema de Sazde, menos burocracia (ou que pelo menos sua melhor aplicagco) e nco pela criagco de seres acifalos. Mais um motivo para se pensar bem i o que ocorreria com os "corpos" depois de que, a pessoa que iria utiliza-lo, morresse. Eles seriam reaproveitados? Queimados? Se ati o aborto de criangas acifalas ou com deformagues cerebrais i considerado errado por muitas pessoas, imagine qual seria a reagco destas mesmas em relagco a criagco e manutengco desses seres? Acredito que ainda ha melhores solugues para o problema da "falta"de orgcos do que a clonagem dos seres humanos.

-- Pamella H. M. Wang (wangs@uol.com.br), April 27, 1998.

Eu nco sei com sinceridade qual seria minha posigco quanto ao fatao, visto que se trata da criagco de seres mortos (se i que se pode criar algo morto...). Talvez eu me voltasse contra a situagco simplesmente por ser catslico. Mas talvez eu apoiasse por ser uma iniciativa em prol da vida. I extremamente difmcil se posicionar neste momento sem saber as conseq|jncias mais diretas.

-- Kevin Arnold (kevinarnold@usa.net), April 29, 1998.

Pessoal, certamente esta questco envolve diversos fatores que, na minha opinico, devem ser levados em consideragco. Se por um lado i monstruoso pensarmos em criar seres acifalos para fabricar srgcos que salvarco vidas, por outro acredito ser igualmente monstruoso ficar anos e anos numa fila de espera por um srgco, ou pior, ver uma pessoa querida nesta situagco. Nco estou querendo apoiar esta idiia assustadora, mas tambim nco sei se simplesmente refuta-la resolve a questco. Para aqueles que acreditam em Deus ou alguma entidade superior isto i absurdo mas para aqueles que sco materialistas ou ateus pode ati mesmo ser uma possmvel solugco. Desta forma, acredito que devemos analisar esta questco sob varios pontos de vista, no sentido de encontrarmos o melhor para cada um de nss, sempre respeitando nossos princmpios! Por outro lado, sera que podermamos pensar naquela histsria de xenotransplantes como uma melhor samda?

-- Ana Cristina Camargo (a.palma@uol.com.br), May 13, 1998.

A doagco de srgcos humanos, em caso de morte, pode ter, ` primeira vista, boas razues para ser presumida. A falta de srgcos para transplante i uma realidade. E, para efeito de tranplantes, o aproveitamento de srgcos de pessoas recentemente falescidas i capaz de salvar outras vidas humanas e de melhorar substancialmente a qualidade de vida de muitas pessoas.Isto faz com que as doagues se tornem, em qualquer hipstese, um forte apelativo ao senso de solidariedade social, ao mesmo tempo em que se configura como um gesto louvavel, profundamente humanitario. Assim, presumir a disposigco de que pessoas, ao morrerem, se tornam doadoras, equivaleria a elogia-las e tj-las em alta consideragco. Pois se presume que sejam dotadas de bom senso, solidarias, e por isso estejam inteiramente propensas a deixar, apss a morte, as partes de seu corpo a disposigco para salvar ou melhorar outras vidas. A isto se acrescentaria que o bem (srgco), que se presume objeto de doagco, ja nco lhe serve, dada a sua morte. Por outro lado, estaria garantida a autonomia das pessoas em decidir sobre seu corpo, atravis da garantia de documentagco social de uma eventual negativa ` doagco, sem nescessidade de explicagues. Entco, o que haveria de complicado em presumir a doagco nestes casos? Em primeiro lugar, i preciso notar que a doagco presumida faz apelo ao senso de solidariedade social das pessoas que morrem.Entretanto, o respaldo para este apelo i muito fragil na prspria sociedade. O senso de propriedade i tco forte e o descompromisso entre as pessoas esta tco ascentuado em nossas estruturas sociais, que o Brasil se coloca entre os pamses com maiores desigualdades sociais, enormes nmveis de pobreza, etc. A prspria situagco da sazde no pams i um mal exemplo gritante no planeta. A sociedade nco esta preocupada na solidariedade, mas na competitividade e no lucro.Em poucas palavras vivemos em uma sociedade de posse e nco de doagco. Por outro lado, devemos concordar que a situagco de descompromisso social seja de todo indesejavel. E entco, se diria que a doagco presumida exigiria apenas estratigias de informagco e educagco do povo. Este argumento parece forte e atraente.Mas nco deixa tambim de carregar ambiquidades. De fato, se propuem ( e em sequida se presume) a solidariedade de pessoas que em suas prsprias vidas estco esperimentando um minguado retorno desta solidariedade . Neste contexto, estratigias de informagco sobre doagco presumida carregariam facilmente um sabor de domesticagco da opinico pzblica, especialmente se considerarmos que , dados os problemas educacionais em nosso pams, muitas pessoas entre nss nco reunem condigues mmnimas para assumir a iniciativa de registrar legalmente sua nco concordbncia com a doagco. A educagco para a sociedade passa, obviamente, por caminhos mais complexos e exigiria desenvolver com mais vigor a esperijncia de reciprocidade nas relagues sociais para as quais se solicita a solidariedade. O espago talvis mais significativo desta experijncia na sociedade parece ser da fammlia ; alm, a vida e a morte tem um particular significado e consequentemente, o corpo apss a morte , tem particular significado para os familiares vivos. com isto vem a proposta que a fammlia seja a instbncia que formalize uma doagco nco anteriormente formalizada. Entretanto, sem diminuir a importbncia da fammlia, nco podemos nos contentar que a sociedade se reduza a espagos sociais como a fammlia. I tarefa urgente e necessaria estender a solidariedade ` toda estrutura social .Desta forma diremos que , poder eticamente presumir a doagco na sociedade i um sonho que devemor tornar realidade.Mas para isso, i indispensavel investir na sociedade, ao menos nas necessidades basicas , para termos um clima favoravel a tal presungco.

-- Eduardo Mazzucato (edualdol@colband.com.br), June 01, 1998.

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